🇧🇷BCR em Português #33: Não falamos da Regulamentação de criptoativos
Mas hoje falaremos, porque um importante projeto de lei com foco na regulamentação do mercado de criptoativos avançou no Senado
Para quem é novo por aqui, esta newsletter foi criada com base na ideia de que o Brasil – com uma população de 214 milhões de habitantes e uma economia de US$ 1,8 trilhão – é o mercado criptográfico mais ignorado do mundo. Nosso objetivo é destacar as notícias importantes e fornecer contexto de utilidade para o público.
👋 Boa tarde, pessoal.
Espero que todos estejam bem. Sejam muito bem-vindos ao 🇧🇷Brazil Crypto Report da semana de 21 a 25 de fevereiro de 2022!
Este relatório será longo, porque há muito acontecendo no momento. Tentei ao máximo cobrir todas as notícias de forma compreensível e obsequiosa, mas peço desculpas se tiver deixado passar algo.
🏠Uma nota da casa: Não haverá BCR na semana que vem. Estarei em viagem, fazendo trekking pelo Himalaia, sem conexão à Internet. Infelizmente, isso significa que não estarei no ETH Rio, onde eu teria a chance de conhecer alguns leitores pessoalmente. Provavelmente será um evento incrível, pois eventos de cripto estão em alta no momento (como os participantes do ETH Denver podem confirmar). Mesmo assim, estou animado para desconectar de tudo e viver com apenas uma mochila por uma semana. Enviarei uma edição dupla do BCR quando retornar para destacar as duas semanas de março.
🎙Também estreamos o 🇧🇷BCR Podcast na semana passada, com o representante da FTX no Brasil e na América Latina Antonio Neto como nosso primeiro convidado, falando sobre a FTX no Brasil e suas perspectivas sobre o ecossistema atual. O plano (idealista) é lançar um desses episódios por semana. Se você é desenvolvedor, empreendedor, operador, investidor etc., que está fazendo algo legal no espaço cripto brasileiro, seria um prazer recebê-lo como convidado. Basta responder a este e-mail ou entrar em contato comigo pelo aaron@brazilcrypto.report.
🏛A grande notícia da semana passada foi a aprovação, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, de um projeto de lei que regulamenta operadores de criptomoeda no Brasil.
O PL 3.825/2019, que tem como autor o senador Flávio Arns e relator o senador Irajá Abreu, é semelhante à legislação aprovada pela Câmara dos Deputados em dezembro passado, e segue as linhas gerais de legislação que já foi proposta pela Força-Tarefa de Ação financeira e implementada em outras jurisdições de cripto, mais maduras.
Em outras palavras, é uma notícia importante, porque parece que o projeto de lei tem alta probabilidade de ser aprovado e sancionado. Estes são os principais pontos de destaque sobre ele:
O projeto de lei exige que as empresas da indústria de cripto obtenham licença do governo federal antes de começar a operar no Brasil; entidades não licenciadas seriam consideradas ilegais.
As exchanges nacionais querem usar isso como vantagem sobre a Binance, que hoje é – de longe – a maior exchange em volume de negociações no país, mas opera “irregularmente” porque não tem base formal de operações no Brasil.
Alguns dizem que é provável que o efeito seja contrário ao desejado. “De um lado, a lei desincentiva investidores a serem clientes de exchanges brasileiras, pois estas serão obrigadas a prestar informações às autoridades,” Isac Costa, professor do Ibmec e do Insper e sócio do escritório Warde Advogados, disse à InfoMoney.
Costa comentou ainda que exchanges não registradas possivelmente continuarão a operar: “A inércia das autoridades brasileiras surpreende, por isso, não há motivos para esperar que as exchanges estrangeiras enfrentarão alguma resistência do Poder Público, o que cria uma distorção relevante que prejudica as exchanges brasileiras.”
As empresas do setor de criptoativos, chamadas de “prestadores de serviços virtuais” no PL, seriam obrigadas a comunicar transações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Empresas que convertem, negociam, transferem, guardam ou facilitam a emissão ou venda de ativos virtuais entram nessa definição.
O texto define “ativo virtual” como uma representação digital de valor que pode ser negociada ou transferida por meios eletrônicos e utilizada para realização de pagamentos ou com propósito de investimento.
A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) deixaria de ter responsabilidade de supervisão do mercado de criptoativos; o Poder Executivo passaria a ter autoridade para designar uma entidade (provavelmente o Banco Central ou a Receita Federal) para supervisionar o setor.
Esse órgão deve criar regras para prevenir a lavagem de dinheiro e proteções alinhadas com os padrões internacionais.
O órgão teria poder para decidir se empresas licenciadas podem operar exclusivamente no espaço virtual ou não.
A CVM continuaria sendo a autoridade em caso de empresas que arrecadam dinheiro por meio de ofertas de moedas.
Crimes financeiros envolvendo ativos virtuais seriam puníveis com 4 a 8 anos de prisão, além de multa.
Compra e importação de maquinário de mineração de criptomoedas seriam isentas de impostos até 2029, desde que a empresa compradora neutralize 100% de emissões.
Próximos passos: como o projeto está finalizado, ele precisa ser enviado para a Câmara de Deputados, onde deverá ser votado. A lei entraria em efeito 180 dias após ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, expressou apoio ao PL, o que já é um bom indicativo de que haverá apoio por parte do presidente.
O senador Irajá Abreu, relator do PL, vem se encontrando com o deputado Aureo Ribeiro – relator do projeto que foi aprovado na Câmara dos Deputados em dezembro – para trabalharem em um texto comum e consolidado que poderia ser votado e aprovado rapidamente. Entretanto, quaisquer propostas de alteração ao texto aprovado poderiam atrasar o processo. Segundo Abreu:
“Em um prazo bastante curto, vamos conseguir avançar com essas propostas na Câmara e no Senado.”
O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e a CVM tiveram participação ativa na produção do texto final do projeto do Senado, de acordo com o senador Irajá.
O processo legislativo é como um processo de produção de linguiça que sempre produz resultados imperfeitos.
Alguns críticos argumentam que a imposição de novas regras e as exigências de prestação de contas serão injustamente punitivas aos pequenos investidores, cujas informações financeiras seriam vasculhadas pelo governo.
De acordo com as declarações de Costa, a lei não seria suficiente para impedir investidores de utilizarem plataformas de criptoativos centralizadas ou decentralizadas que não possuem presença oficial ou sede no Brasil. De fato, provavelmente seria um incentivo para um certo segmento de usuários buscarem essas plataformas como uma forma de evitar terem de fornecer dados pessoais ao governo.
A lei também não impediria investidores de comprarem criptomoedas em uma plataforma aprovada e transferi-las para uma carteira de autocustódia. Portanto, o projeto de lei pode não cumprir seu propósito de impedir lavagem de dinheiro e crimes financeiros envolvendo criptoativos.
Entre os membros da comunidade de criptoativos, existe a preocupação de que no PL falta clareza a respeito de alguns tipos de operações, e de que ele abre a porta para o excesso de regulamentação e burocracia, o que pode deixar as operações mais onerosas para empreendedores, prejudicando a indústria e enfraquecendo o mercado nacional.
Algumas reações de especialistas da indústria:
Julien Dutra, diretor de Relações Governamentais do Grupo 2TM:
"Endossamos a iniciativa do Poder Legislativo. A regulação pode garantir um mercado saudável, com segurança para empreendedores e proteção para consumidores […] e exigindo do setor cripto a supervisão de clientes (KYC, da sigla em inglês para "know your client") e de transações (KYT, de "know your transactions") que integra os manuais de prevenção a crimes financeiros. São controles que já praticamos e cuja expansão para todo o setor é fundamental para coibir frauds.”
Rodrigo Monteiro, diretor executivo da ABCripto:
“O texto aprovado […] não evoluiu para a definição de um agente regulador específico, deixando a decisão a critério do Poder Executivo. […] entendemos que atribuição legislativa prévia, com a definição do Banco Central como regulador primaz, seria mais efetiva e adequada.”
Andre Portilho, head de Digital Assets do BTG Pactual:
“O avanço da tramitação do PL de cripto no Congresso é um grande passo para o mercado brasileiro. Cripto é uma tecnologia nova e também uma classe de ativos [...] É fundamental termos um marco regulatório claro, que permita a expansão desse mercado e o posicionamento do Brasil como polo de cripto na América Latina.”
Julieti Brambila, head de compliance de cryptomoedas do Méliuz:
“O PL possui uma tônica mais imediata, objetivando estancar problemas relativos a ilícitos financeiros e é um pontapé inicial de governança […] Eu vejo como um processo que requer cuidado na execução para não ser um instrumento anticompetitivo. O escrutínio regulatório excessivo e disfuncional sobre as atividades pode representar um desincentivo e sensibilizar o mercado.”
📜 A CoinTelegraph Brasil também publicou sua lista de Top 10 Pessoas no criptoespaço brasileiro em 2022. Em resumo:
Reinaldo Rabelo, Mercado Bitcoin
Marcelo Sampaio, Hashdex
Daniel Coquieri, Liqi
Robert Campos Neto, Banco Central
Fernando Ulrich, Liberta Investimentos
Primo Rico, influencer, YouTube
Fernando Carvalho, QR Capital
Thiago César, Transfero Swiss
Edilson Osório, OriginalMy
Luis Adaime, MOSS
A lista é bem parecida com a lista dos Top 10 Mais Influentes que o BCR publicou em janeiro, então fiquem à vontade para revê-la e compararem. O ponto é que há uma vasta gama de talentos entrando no ecossistema agora.
🪙 O projeto piloto do Real Digital será anunciado no segundo semestre de 2022, disse o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto em um evento promovido pelo BTG Pactual:
“A gente vai ter o piloto da moeda digital já no segundo semestre de 2022. A gente está bem perto de anunciar.”
Campos Neto também afirmou que vem estudando o metaverso, defendeu o valor que criptoativos e suas plataformas oferecem ao sistema financeiro, aplaudiu a aprovação do PL sobre criptoativos na comissão do Senado e até mencionou que as criptomoedas foram tema de mais de 50% das discussões em seu encontro mais recente com outros banqueiros centrais. (Valor Investe) (Exame) (Estadao)
“Vejo certa preocupação, certa apreensão. Mas também vejo novas portas se abrindo para inovação financeira, para um sistema descentralizado que seja capaz de gerar inclusão financeira.”
💣 Criptomoedas em tendência no Brasil
As criptomoedas mais populares no Brasil em 25 de fevereiro são: Bomber Coin, Smooth Love Potion e BNB, segundo dados do CoinGecko.
👩💻 Destaques de cripto-vagas no Brasil
Vagas abertas
A Visa tem duas vagas abertas em sua divisão de criptoativos relevante para o Brasil. Os contratados serão responsáveis por fornecer serviços na área de criptoativos para parceiros na região, como fintechs, bancos, comerciantes e empresas da indústria de cripto.
Senior Director, Crypto Solutions – América Latina e Caribe
Manager, Visa Crypto - América Latina e Caribe
Transições
Gustavo Paro tornou-se Brazil Country Manager e Latam Sales Head do consórcio R3.
Perfis
Em sua publicação mais recente na série sobre brasileiros que trabalham na indústria de criptomoedas no exterior, o Portal do Bitcoin falou sobre David Lawant, um paulista que agora é chefe de pesquisas da Bitwise, uma das maiores administradoras de criptoativos nos EUA e no mundo.
🗞Resumo das criptonotícias do Brasil🗞
📈 Mercados
A exchange brasileira Foxbit recebeu um aporte de US$ 21 milhões (R$ 108 milhões) em uma rodada Série A liderada pelo OK Group, controladora das corretoras OKCoin e OKX.
Os recursos serão utilizados para o desenvolvimento de novas tecnologias, integração de novas redes de blockchain, diminuição de taxas, financiamento de potenciais aquisições e expansão das equipes de produto e tecnologia da empresa.
O CEO João Canhada disse que a exchange, que tem cerca de 950 mil clientes, de acordo com o website, está em discussões para fazer uma nova rodada de investimentos em breve.
Além da spot exchange, a Foxbit tem uma mesa OTC, Foxbit Invest, que negocia mais de US$ 20 milhões (R$ 103 milhões) diariamente; uma plataforma de pagamentos com criptomoedas chamada Foxbit Pay, a plataforma de tokenização de ativos Foxbit Tokens e seu produto cripto-as-a-service, o Compra Fácil Cripto.
A igc Partners e o Pinheiro Neto Advogados assessoraram a Foxbit na rodada de investimentos.
O OK Group deu a seguinte declaração:
“A Foxbit é uma excelente empresa de criptoativos e consolidada em todo o mercado LATAM, especialmente no Brasil. Construiu uma forte base de usuários com uma reputação extraordinária e estamos dispostos a apoiar o desenvolvimento contínuo de novos produtos da Foxbit e melhorias na experiência de negociação para usuários da América Latina” (CoinDesk) (The Block) (Valor Investe) (Exame) (Estadao)
O Nubank alcançou 54 milhões de clientes – um aumento de 62% em um ano – e seu prejuízo diminuiu 38% no quarto bimestre de 2021. (CoinTelegraph Brasil)
A gestora de criptoativos Hashdex abriu seus fundos multimercados para pequenos investidores, não mais apenas investidores profissionais ou qualificados.
Investidores individuais poderão investir nos fundos Hashdex 40 Nasdaq Crypto Index (que aloca 40% em cripto e 60% em renda fixa) e Hashdex 100 Nasdaq Crypto (100% cripto).
Antes, o Hashdex 20 Nasdaq Crypto Index – fundo que investe 20% no mercado cripto e 80% em renda fixa – era seu único fundo multimercado aberto para o público geral.
O Ouro Bitcoin Risk Parity, que investe 50/50 em ouro e bitcoin, é o único fundo da Hashdex aberto exclusivamente para investidores qualificados.
A Hashdex afirma ter mais de R$ 1 bilhão (US$ 193 milhões) sob gestão e 270 mil cotistas. (Valor Investe) (Blocknews)
A Binance liberou mais 12 novas criptomoedas para brasileiros comprarem com cartões de crédito ou cartões de débito das bandeiras Visa e Mastercard. Entre elas estão Anchor Protocol (ANC), Acala (ACA), Illuvium (ILV) e Quantstamp (QSP). (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
A Valor Investe publicou uma história sobre a Digitra.com, a nova plataforma de criptomoedas fundada pelo ex-presidente do Mercado Bitcoin Rodrigo Batasta, com foco em clientes de alta renda e empresas.
Investidores brasileiros de bitcoin estão sendo negativamente afetados pela queda do dólar em relação ao real nos últimos dois meses. (Livecoins)
📱Adesão
A Coinbase formou parceria com a empresa de pagamentos Deel para lançar um serviço de folha de pagamento com criptomoedas para empresas do Brasil e de todo o mundo. A Deel, uma startup de gestão de contratos e pagamentos internacionais, permite que empregados possam sacar uma porcentagem de seus salários em criptomoedas e USDC. (CoinTelegraph Brasil)
A Deel também lançou uma pesquisa global que mostra que trabalhadores da Argentina, Nigéria e Brasil são os mais interessados em receber uma porcentagem do salário em criptomoedas. (Portal do Bitcoin)
As gestoras de fundos de ações tradicionais Velt, Squadra e Constellation demonstraram uma visão otimista, porém cautelosa, sobre criptomoedas, em um painel durante a CEO Conference. Florian Bartunek, sócio-fundador da Constellation, afirmou que as criptomoedas são um “negócio espetacular” e que “os clientes não estão mais com paciência de esperar a bolsa abrir. Querem comprar ativos 24 horas por dia, sete dias por semana.” (Valor Investe) (Exame)
O investidor e YouTuber Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico, foi vítima de um suposto “rug pull” (puxada de tapete) dos NFTs Supreme Kongs que lhe custou 0,2 ETH. (CoinTelegraph Brasil) (CoinTimes)
A gigante do agronegócio Cibra anunciou o lançamento da Cibracoin, a primeira criptomoeda vinculada ao preço de fertilizante. A moeda funcionará de maneira similar a uma opção que permite a compra, em preço fixo, no futuro. Também poderá ser comprada e negociada na plataforma de tokenização de ativos StonoEx.com. O presidente da Cibra, Santiago Franco, comentou que:
“A Cibra está sempre buscando novas e melhores formas de atender aos nossos clientes em todo o Brasil. E o CibraCoin traz ao mercado de fertilizantes duas coisas muito buscadas pelos produtores: praticidade e previsibilidade de custos.” (CoinTelegraph Brasil)
A fintech brasileira a55 anunciou uma nova operação para utilizar um protocolo DeFi chamado Credix, baseado na blockchain da Solana, para captação de recursos usando um modelo de dívida híbrida. A a55 agrega dados bancários, de faturamento e outros para fornecer crédito a startups na América Latina. Thomas Bonner, do Credix, disse que:
" A Credix ficou muito impressionada com a equipe a55 e sua visão de desenvolver o financiamento baseado em receita. Este empréstimo em DeFi é o início de uma parceria e de uma emocionante jornada de crescimento, para revolucionar os mercados globais de crédito." (CoinTelegraph Brasil)
A Eletrobrás, a grande companhia brasileira de energia elétrica, está caminhando para a construção de seu próprio blockchain – por meio de edital para a criação de “bases de dados de registros distribuídos”. A nota afirma que:
“[A empresa] vem estudando uma forma mais eficiente de tratar a administração e governança de dados distribuídos em uma rede compartilhada. Analisando toda a cadeia do registro, entende-se que a tecnologia Blockchain de base de dados de registros distribuídos do tipo permissionada é a que melhor atende às necessidades do processo.”
André Esteves, sócio-fundador do BTG Pactual, disse que o banco central dos Estados Unidos pode ter causado a alta do bitcoin, por causa de suas baixas taxas de juros e dinheiro barato. (Livecoins)
O site Beincrypto publicou um perfil sobre o CSO da Transfero Márlyson Siva.
A Bloomberg Linea analisou as novas parcerias da Binance com o campeonato de futebol Paulistão e com o Santos.
O economista brasileiro e vice-presidente do Conselho Federal de Economia Paulo Dantas emitiu um alerta para os investidores interessados em comprar criptomoedas, argumentando que são voláteis e de natureza especulativa. (CriptoFacil)
A plataforma de pagamentos por meio de criptomoedas Tribal Credit firmou parceria com a Visa para oferecer crédito e serviços financeiros para pequenas e médias empresas na América Latina, inclusive o Brasil. Apesar de ter como objetivo principal os financiamentos tradicionais, a Tribal permite que as empresas utilizem criptomoedas para receber e transferir fundos. Em dezembro passado, ela criou um serviço de pagamento internacional corporativo com a Bitso e a Stellar Development Foundation que utiliza a stablecoin USD da Stellar. (CoinTelegraph Brasil)
A cidade de Itajaí, em Santa Catarina, começou a distribuir tokens sociais baseados em blockchain à sua população, com o objetivo de melhorar o meio ambiente. A cidade está compensando aqueles que usam bicicletas, ônibus e até mesmo caminhadas como forma transporte. (Livecoins)
Pablo Spyer, economista e apresentador do programa Minuto Touro de Ouro, no YouTube, parece ter mudado de opinião sobre bitcoin, tendo dito, em outubro de 2019: “nunca comprei nem comprarei bitcoin”. (Portal do Bitcoin)
🎮 NFTs, jogos and metaverso
MekaMiners, um jogo NFT brasileiro, perdeu quase 100% de seu valor 24 horas após seu lançamento, quando um hacker supostamente manipulou o código-fonte do jogo e esvaziou sua liquidez. A equipe do MekaMiners culpou a Solidity Finance, sua auditora de contratos inteligentes, pela falha em perceber o erro que permitiu a invasão. “Gostaríamos de pedir a SolidityFinance para fazer um anúncio oficial assumindo a responsabilidade do problema de segurança do contrato que causou uma perda de $ 254.000, no contrato auditado por eles.” (CoinTelegraph Brasil) (Livecoins)
56% dos gamers brasileiros não entendem o que são NFTs e 91% nunca compraram um, de acordo com uma pesquisa feita pela plataforma de streaming Nimo TV. Rodrigo Russano Dias, Head de PR e Social Media da Nimo TV, afirmou que:
“É algo ainda em ascensão no Brasil, isso é fato. Mas considerando as tendências no mundo todo, vemos um potencial gigante para o aumento do acesso e interesse em jogos NFT.” (CoinTelegraph Brasil)
A CoinTelegraph Brasil publicou um debate interessante avaliando as vantagens e desvantagens de jogos em blockchain estilo “jogar-para-ganhar” (play-to-earn). Por um lado, eles são uma nova oportunidade econômica; por outro, exigem a dedicação de muito tempo (e sorte), sem que haja um retorno na forma de novas habilidades tangíveis.
Igor Puga, CMO do Santander Brasil, escreveu um editorial criticando o deslumbre pelos NFTs, argumentando que eles são vulneráveis a golpes porque o comprador não sabe o que realmente está comprando. (Brazil Journal)
O Estadão publicou um artigo discutindo a enxurrada de atividade de investimentos imobiliários no metaverso.
Conceitos como “metaverso” e “metacommerce” ainda são muito distantes para a maioria dos brasileiros, de acordo com comentários do CEO do Mercado Livre Stelleo Tolda, que acrescentou que o metaverso vai continuar sendo “terra desconhecida” por algum tempo e, portanto, o comércio em mundos virtuais será limitado. (CoinTelegraph Brasil)
Os desenvolvedores brasileiros de um jogo NFT chamado de Mafagafo aumentaram o preço de sua moeda MAFA em 46% para impedir a venda causada por pânico devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. (Portal do Bitcoin)
A Câmara Municipal de Bragança Paulista está promovendo um curso sobre NFTs e metaverso para todos os interessados, em 3 de março. (Livecoins)
A Mercado Bitcoin e a Block4 estão lançando uma coleção de NFTs de Dodge inspirados em modelos reais de carros que fazem parte da coleção de Alexandre Badolato, um dos maiores colecionadores do mundo. Os NFTs são inspirados em quatro modelos produzidos no Brasil entre 1970 e 1974. O leilão das NFTs acontece de 24 de fevereiro e 9 de março, com lances iniciais de R$ 1.000 (US$ 193). De acordo com o CEO do Mercado Bitcoin, Reinado Rabelo:
“Nesse leilão, que é o segundo na nossa recém-lançada plataforma de marketplace, inauguramos a categoria de colecionáveis. Enxergamos a possibilidade de investir num mercado tão promissor como o de NFTs, mas sempre com uma curadoria de ativos que façam sentido para o mercado e, principalmente, para os nossos clientes.” (CoinTelegraph Brasil)
🏛 Políticas públicas e aplicação da lei
A Receita Federal exigirá que os contribuintes declarem NFTs e stablecoins como renda em 2022, como parte da nova taxonomia que diferencia bitcoin, altcoins, stablecoins e tokens (security e utility) na declaração. Brasileiros que possuam mais de R$ 5 mil (US$ 967) em criptoativos devem incluí-los em sua declaração de imposto de renda. (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
A Polícia Civil de São Paulo recebeu um pedido para investigar a MSK Invest, um aparente esquema de pirâmide financeira que foi alvo de mais de 500 queixas, após supostamente deixar de pagar seus investidores. O Procon-SP solicitou formalmente uma investigação.
A MSK Invest prometia rendimento fixo de 5% por meio de investimento em criptomoeda. De acordo com reportagem da TV Record, 3.800 clientes foram afetados e o valor total da fraude é de R$ 680 milhões (US$ 131 milhões). (CoinTelegraph Brasil) (Portal do Bitcoin) (Valor Investe)
O deputado Aureo Ribeiro apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados, para regular a criação do Real Digital, com o propósito de trazer transparência, segurança e eficiência econômica para o debate. Ele explicou que:
" Grandes referências na economia brasileira já manifestaram preocupações com a falta de transparência e objetividade por parte do Banco Central em relação à emissão de moedas digitais. […] os interesses nacionais e o pleno desenvolvimento da economia brasileira." (CoinTelegraph Brasil) (Livecoins)
A Lifetycon, um suposto esquema de pirâmide financeira de bitcoin que fraudou centenas de clientes na cidade de São Miguel do Oeste, está sendo investigada pelo Procon de Santa Catarina. Estima-se que a Lifetycon, que era liderada por Eliade Costa, um professor de violão que se tornou megainvestidor, recebeu R$ 100 milhões (US$ 19 milhões) de investidores, prometendo 5% em rendimentos mensais. (Portal do Bitcoin)