Bom dia, pessoal, 👋 e bem-vindos ao 🇧🇷 Brazil Crypto Report da semana de 14 a 18 de fevereiro de 2022.
Voltei recentemente da ETHDenver, onde tive a chance de participar da minha primeira conferência de hackers nos últimos anos. Minha sensação é que apesar de esse espaço estar cada vez mais estranho, não dá para ir contra a correnteza de inovação implacável que vem vindo de todos os lados.
No Brasil, tivemos uma controvérsia interessante esta semana quando o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, fez críticas fortes, porém mal direcionadas, contra criptomoedas em um editorial da Valor Econômico (pago). Em um discurso ao estilo de Paul Krugman, ele lançou uma saraivada de críticas desatualizadas e facilmente refutáveis.
Loyola, que foi presidente do Banco Central nos mandatos dos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, comentou que os criptoativos perderam “algumas centenas de bilhões” em valor desde o fim de 2021 e afirmou que eles serão os “vilões” por trás da próxima crise financeira, devido à sua crescente popularidade e a natureza mirabolante e complexa das ofertas dos produtos.
“Entre os candidatos ao papel de vilão estão os chamados ‘criptoativos’, cujo mercado contabiliza algumas centenas de bilhões de prejuízos acumulados desde o final do ano passado”, disse Loyola, acrescentando: “E qualquer semelhança com a crise financeira de 2008/2009 não será mera coincidência”
Loyola também criticou as narrativas em torno do marketing do bitcoin – especificamente, que a criptomoeda poderia substituir moedas tradicionais e um dia separar “moeda” e “Estado”. Tais noções, segundo ele, fazem parte de uma “visão libertária ingênua” e vai contra séculos de história.
"Acreditar que moedas privadas, como os criptoativos, possam, em condições normais, substituir moedas emitidas e garantidas por Estados nacionais soberanos é desprezar não apenas a teoria econômica como também a história monetária dos últimos séculos. Além disso, trata-se de uma visão libertária ingênua, como se os Estados pudessem impunemente renunciar ao seu inerente monopólio de emissão de moeda."
Ele também afirma que a regulamentação e a Moeda Digital do Banco Central não deixarão espaço para criptomoedas privadas operarem.
“Não haverá vácuo para as moedas digitais privadas se aproveitarem”. É claro que as afirmações de Loyola não foram levadas a sério pelos criptoentusiastas brasileiros. Dentre eles, Fernando Ulrich talvez tenha se expressado melhor:
Tambem, o João Marco Braga da Cunha do Hashdex escreveu uma boa resposta em Exame. Vale a pena pra ler.
O que isso tudo significa? Na verdade, é bastante simples – o ritmo implacável de inovação que vemos na Ethereum e comunidades relacionadas continua a bater de frente com a “velha guarda” das estruturas tradicionais de finanças e poder. Vai ser uma batalha, mas todo mundo sabe quem vai vencer no final. Simplesmente não dá mais para voltar atrás.
- Aaron
Para quem é novo por aqui, esta newsletter foi criada com base na ideia de que o Brasil – com uma população de 214 milhões de habitantes e uma economia de US$ 1,8 trilhão – é o mercado criptográfico mais ignorado do mundo. Nosso objetivo é destacar as notícias importantes e fornecer contexto de utilidade para o público.
👩💻Destaques de cripto-vagas no Brasil
Vagas abertas
A Coinbase agora tem 11 vagas abertas no Brasil, dentre elas uma para Country Director do Brasil e uma para Regional Managing Director da América Latina.
Transições
A Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) anunciou a adição de três novos integrantes à sua diretoria executiva. Renata Mancini Lopes, head de compliance da NovaDax, é a nova presidente. Na vice-presidência está o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo. Bernardo Srur – diretor de Riscos e Compliance da 2TM – é o novo diretor. Rodrigo Monteiro, diretor-executivo da ABCripto, fez a seguinte declaração:
“O que esperamos para 2022 é um crescimento ainda maior do mercado, do setor e das iniciativas. Queremos o assunto cada vez mais no presente, no cotidiano das pessoas e com a evolução do marco regulatório, entrada de novas empresas, novos players, dúvidas esclarecidas e os investimentos em cripto fazendo cada vez mais parte da vida de todos”,
O Portal do Bitcoin está publicando uma série de matérias destacando profissionais brasileiros que trabalham na indústria de criptomoedas no exterior. A primeira história é sobre Rodrigo Souza, que se mudou para os EUA em 2008 e em 2013 fundou a BlinkTrade, uma empresa que fornecia tecnologia para corretoras de criptomoedas na América Latina. De lá para cá, ele passou a desenvolver um produto que permite que operadores P2P se conectem com seus clientes de forma direta e cumprindo regras de compliance. Veja abaixo algumas opiniões interessantes que ele expressou durante a entrevista:
A indústria brasileira está hoje onde os EUA estavam cinco anos atrás, especialmente em questões como regulamentação e taxação.
A indústria local carece de estrutura para incentivar as empresas a ficarem, especialmente o baixo capital de risco que é investido em projetos de cripto, em comparação com outras regiões.
O ambiente cripto brasileiro está com a imagem manchada, por causada presença de golpes e esquemas de pirâmide.
“Aqui [nos EUA] quem erra é perseguido. No Brasil, você tem que fazer uma merda muito grande para as autoridades olharem para você. Golpes do estilo da Atlas Quantum é muito difícil [sic] de se criar nos EUA. No final, isso acaba fazendo a população ter uma visão muito negativa sobre o bitcoin.”
🗞Resumo das criptonotícias do Brasil🗞
📈 Mercados
Os investimentos de capital de risco em empresas de criptomoedas da América Latina chegaram a R$ 3,3 bilhões (US$ 647 milhões) em 2021, um aumento de 10 vezes em relação ao ano anterior, de acordo com estudo feito pela Associação para o Investimento de Capital Privado na América Latina – LAVCA. O Grupo 2TM, controlador do Mercado Bitcoin, foi o maior recipiente, com R$ 1,5 bilhão (US$ 294 milhões) em aportes.
A Avenue Securities, uma corretora americana fundada por brasileiros, vai passar a oferecer, para clientes no Brasil, a negociação de mais de 30 ativos digitais em sua plataforma. Roberto Lee, CEO e fundador da empresa, afirmou que:
“A Avenue vem conectando os brasileiros aos mercados mundiais nos últimos anos, e este é mais um passo marcante em nossa história, permitindo, agora, o acesso dos brasileiros a cada vez mais produtos e serviços financeiros verdadeiramente globais.” (CoinTelegraph Brasil) (Valor Investe)
A Hashdex recebeu US$ 10,5 milhões (R$ 53,5 milhões) de 2.200 investidores para seu ETF DeFI, cerca de 10% da previsão original (R$ 500 milhões). O ETF DeFi da QR Capital, que também foi lançado este mês, possui US$ 7,5 milhões (R$ 38 milhões) em ativos líquidos. O DEFI11, da Hashdex, começou entre os top ETFs mais negociados na B3. (The Block) (InfoMoney) (CoinTelegraph Brasil) (Portal do Bitcoin ) (Valor Investe)
O Nubank está se preparando para incluir criptomoedas na Nulnvest, sua plataforma de investimentos, segundo o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim. Atualmente, a Nulnvest oferece exposição a criptomoedas por meio de ETFs, mas não por negociação de mercado. (CoinTelegraph Brasil)
A Exchange brasileira Biscount lançou um novo serviço, chamado Bix, que permite que os usuários comprem bitcoin utilizando o Pix, sem a necessidade de uma corretora intermediária. (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
A Berkshire Hathaway, do Warren Buffet, comprou US$ 1 bilhão em ações do Nubank no quarto bimestre de 2021, de acordo com documentação apresentada à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (US Securities and Exchange Commission). (CoinDesk)
A Passfolio listou três novos tokens para negociação em sua plataforma: Rally (RLY), Lido DAO (LDO) e Tokemak (TOKE). (CoinTelegraph Brasil)
A Uniera, plataforma e gestora de investimentos em criptoativos, anunciou um novo fundo de venture capital de R$ 10 milhões (US$ 2 milhões) com foco em startups nos segmentos de games, DeFi, NFTs, metaverso e Web 3.0. (CoinTelegraph Brasil)
A NovaDAX já listou 11 novas criptomoedas somente em fevereiro: PAX GOLD, (PAXG), UST, Band Protocol (BAND), Convex Finance (CVX), TrueUSD (TUSD), USDP Stablecoin (USDP), Livepeer (LPT), Radicle (RAD), Alchemix (ALCX), Bluzelle (BLZ) e cREAL. (CoinTelegraph Brasil)
O Banco Inter, um dos maiores bancos digitais do Brasil, afirmou, em relatório recente, que Finanças Descentralizadas têm “grande potencial para remodelar os serviços financeiros”. O relatório destacou protocolos DeFi populares, como Compound, Aave, Uniswap e Curve. (CoinTelegraph Brasil)
Adesão
Ronaldinho, a lenda do futebol brasileiro, tornou-se embaixador global da Graph Blockchain, uma empresa canadense que fornece exposição a altcoins, DeFi e NFTs (sem relação com o The Graph, o protocolo descentralizado de indexação). O envolvimento do ex-jogador com a empresa servirá para promover sua subsidiária New World, que está preparando uma plataforma de NFTs baseada em realidade aumentada.
Ronaldinho já se envolveu em outras interações – às vezes polêmicas” – com criptomoedas. Ele ajudou a promover a corretora LBLV, acusada de oferecer investimentos sem autorização, causando perdas para os investidores. Ele também se envolveu em vários supostos esquemas de pirâmide financeira – a primeira sendo a 18k Ronaldinho, que prometia rendimentos de 2% ao dia em arbitragem de criptomoedas. Depois da ação de R$ 300 milhões contra a empresa, ele foi preso por tentar entrar no Paraguai com passaporte falsificado. A Airbit Club, outro esquema promovido por ele, foi desmantelada quando seu fundador foi preso nos EUA. A respeito do acordo com a Graph Blockchain, Ronaldinho comentou:
“Eu entendo a influência que tenho sobre meus torcedores e o envolvimento com meus fãs sempre foi importante para mim, e é por isso que decidi me tornar o embaixador global do New World. O crescimento global do mercado NFT tem sido realmente incrível, e essa plataforma permite que os fãs interajam com suas celebridades favoritas de uma maneira nunca antes feita” (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
O Nubank negou que tenha bloqueado compras de criptomoedas por Pix ou cartão de crédito na Binance após alegações de usuários de que a empresa estaria restringindo acesso à plataforma. O banco declarou que que quaisquer bloqueios ou restrições específicas, quando ocorrem, são feitos automaticamente por mecanismos anti-fraude da empresa, e não se tratam de políticas internas contra a Binance ou criptomoedas em geral. Segundo a instituição:
“O Nubank informa que não há política de bloqueio de transações via Pix para o referido estabelecimento [Binance] e as operações seguem funcionando normalmente. Em respeito à privacidade dos clientes e ao sigilo bancário, não comentamos casos específicos. No caso de haver qualquer dúvida adicional, além das já esclarecidas pelo nosso time de atendimento, orientamos o cliente a entrar em contato com o estabelecimento.” (Portal do Bitcoin)
A Elo, uma das principais processadoras de pagamentos do Brasil, lançou seu primeiro NFT, que registra a primeira transação processada pela empresa. (CoinTelegraph Brasil)
A comunidade brasileira de criptomoedas se uniu para arrecadar doações para ajudar a população afetada pela enchente em Petrópolis, que causou a morte de pelo menos 117 pessoas. Duas carteiras públicas foram disponibilizadas no Mercado Bitcoin, para as quais os interessados podem enviar BTC, ETH, USDC ou USDT. As criptomoedas serão convertidas para reais e destinadas ao Centro Educacional Terra Santa, em Petrópolis. (CoinTelegraph Brasil) (Folha de S. Paulo)
O Paulistão está lançando a própria coleção de NFTs, que consistirá em momentos marcantes da história do campeonato. A primeira edição será um gol famoso de Evair pelo Palmeiras, em 1993. Ilustrações do Corinthians, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo FC serão lançamentos futuros da série, que estará disponível na plataforma Binance NFT Marketplace. Bernando Itri, vice-presidente executivo de Marketing e Comunicação do campeonato disse:
“A entrada no mercado de NFTs é mais um passo que damos a fim de fazer do Paulistão Sicredi a competição mais inovadora do país. Vamos juntos oferecer ao torcedor itens únicos, que vão gerar experiências ainda mais inesquecíveis relativas à competição.” (Exame) (CoinTelegraph Brasil)
O Mercado Bitcoin e a contadora Ana Paula Rabello vão lançar um e-book gratuito para orientar os investidores de criptomoedas brasileiros em sua declaração anual de imposto de renda. (CoinTelegraph Brasil) (Portal do Bitcoin)
O Instituto Lula está lançando um curso online gratuito sobre bitcoin, criptomoedas e NFTs. O curso, chamado “Economia & Sociedade Digital”, será ministrado por Edemilson Paraná, professor da Universidade Federal do Ceará. O Instituto Lula é ligado ao ex-presidente (e talvez futuro) Luiz Inácio Lula da Silva. (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
O Itamaraty, está cobrando conhecimento de criptomoedas e blockchain em concurso para 34 cargos de entrada na carreita diplomática. (Portal do Bitcoin)
O Brasil e outros 10 países da América Latina assinaram um acordo para criar uma rede de blockchain para garantir a autencidade de diplomas, identidade digital e certificação digital. (CoinTelegraph Brasil)
O Coffee Coin, um token atrelado ao preço do café e desenvolvido por empreendedores de Minas Gerais, teve valorização de mais de 90% em oito meses, acompanhando o aumento do preço do café na região. (CoinTelegraph Brasil)
Thiago Reis, um influencer do YouTube e Instagram com foco em investimentos, causou comoção nas mídias sociais ao declarar que Satoshi Nakamoto está vendendo bitcoins. (Portal do Bitcoin)
Primo Rico, outro YouTuber brasileiro, publicou um vídeo vendendo suas ações para comprar 58,9 ETH, aproximadamente R$ 1 milhão (US$ 200 mil). Primo Rico, ou Thiago Nigro, tem 5,55 milhões de assinantes no YouTube e 5,9 milhões de seguidores no Instagram. (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
🎮 NFTs, jogos e Metaverso
The Sandbox fechou parceria com o estúdio brasileiro de jogos Hermit Crab para construir uma cidade inspirada no Rio de Janeiro no metaverso, chamada “Sports Land”. Dentro dela, os usuários poderão praticar e competir em vários esportes, além de poderem completar missões especiais e colecionar NFTs ligados aos clubes de futebol, atletas e ligas esportivas reais. (Portal do Bitcoin)
Allex Ferreira, um dos early adopters do bitcoin no Brasil, conhecido como “Barão do Bitcoin”, está lançando uma coleção de NFTs no OpenSea. Um dos NFTs celebra quando Ferreira e um grupo de colegas levaram a bandeira do bitcoin até o pico do Monte Everest, em 2015. (CoinTelegraph Brasil)
A incorporadora de imóveis brasileira Lumy tornou-se a primeira a ter um NFT em seu balanço patrimonial, após adquirir um trabalho produzido pela BMW em um leilão beneficente. (CoinTelegraph Brasil)
A Folha de S. Paulo publicou matéria sobre a crescente popularidade dos jogos de NFT estilo “jogar para ganhar”.
🏛 Políticas públicas e aplicação da lei
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado irá se reunir na terça-feira, 22 de fevereiro, para debater três projetos relacionados a criptomoedas, com o senador Irajá como relator. Os projetos buscam modificar definições dos ativos digitais e seus fornecedores de serviços, e dar ao Poder Executivo o poder de determinar quais órgãos devem ser responsáveis por normatizar e supervisionar os negócios com criptomoedas.
Os projetos de lei definiriam ativos virtuais como representações digitais de valor que podem ser negociadas ou transferidas por meio eletrônico – seja com propósito de pagamentos ou investimentos – e não devem ser confundidos com instrumentos como programas de fidelidade ou recompensas.
O PL 2303/15, de Aureo Ribeiro, que tramitou na Câmara dos Deputados em dezembro, ainda não foi encaminhado para o Senado, de acordo com o relatado pela CoinTelegraph Brasil.
Atualmente, no Brasil, as exchanges de criptoativos não estão expressamente sujeitas à regulamentação, seja do Banco Central ou da CVM (Comissão de Valores Imobiliários), o que dificulta ao governo identificar movimentações suspeitas. Conforme José Luiz Rodrigues, da JL Rodrigues & Consultores Associados, explicou:
“Quando falamos sobre regulamentação, estamos tratando da regulamentação das prestadoras de serviços de comercialização de ativos virtuais, ou seja, os papéis e responsabilidades dos agentes envolvidos com esse tipo de atividade. Assim que os projetos de lei forem aprovados, os reguladores, principalmente Banco Central e CVM, entram em campo para regulamentar a lei que virá trazer segurança para as operações com criptoativos, na defesa dos consumidores” (Portal do Bitcoin)
Enquanto isso, o Banco Central está desenvolvendo suas próprias regras para regulamentação e supervisão do mercado brasileiro de criptomoedas, além de definir penalidades para golpes e fraudes. A iniciativa foi comunicada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, aos presidentes dos principais bancos no Brasil, segundo informações da Folha de S. Paulo (com base em fontes anônimas).
A proposta será encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro e ao Congresso Nacional ainda no primeiro bimestre, e se tudo correr como planejado, deverá entrar em vigor até o final de 2022. A CoinTelegraph Brasil comentou que, ao usar essa estratégia, o BC está efetivamente ignorando o amplo debate que vem sendo realizado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal nos últimos meses.
O objetivo, segundo banqueiros anônimos, é enquadrar os criptoativos como “veículos de investimento” para propósitos regulatórios – o que provavelmente significa que as exchanges precisariam ter sede no Brasil, seguir as regras relevantes da CVM, manter registros dos usuários e documentar transações. Essas iniciativas vêm como resposta ao surgimento de um número crescente de golpes e esquemas de pirâmide financeira nos últimos anos.
A motivação provém, em parte, do caso da Binance – a maior exchange em termos de volume a operar no Brasil. Com sede em Malta, a Binance tem sido alvo de diversas reclamações no mercado brasileiro. O banco Santander entrou com ação contra a corretora no ano passado, acusando-a de impedir a investigação de uma movimentação de R$ 30 milhões iniciada por um funcionário de um dos clientes do banco. A Binance incialmente argumentou “incapacidade técnica” para identificar os responsáveis individuais pela carteira em questão, mas apresentou as informações logo após a decisão judicial.
A Binance está registrada na Receita Federal como B.Fintech e, conforme foi descoberto no ano passado, usou e-mail e telefone falsos na documentação.
O jornalista Thiago Asmar, conhecido como “Pilhado”, da Jovem Pan, sofreu assalto em São Paulo e teve R$ 200 mil roubados de sua conta, além de criptomoedas que estavam em uma carteira da Binance. Os bandidos forçaram Asmar a desbloquear seu celular antes de fugirem e esvaziarem suas contas. (CoinTelegraph Brasil)
A Polícia Civil de São José dos Campos apreendeu dois veículos de luxo de Gabriel Rodrigues, conhecido como o “Sheik do Bitcoin”, incluindo uma McLaren avaliada em R$ 3 milhões (US$ 585 mil). A apreensão aconteceu devido ao seu envolvimento em um esquema de pirâmide financeira chamado DD Corporation, que quebrou em 2019, após prometer 250% de rendimento ao ano a 300 mil investidores. Rodrigues não foi preso, pois não havia um mandado de busca e apreensão. (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
A Polícia Civil de todos os estados brasileiros será capacitada em criptomoedas até o final de 2022, de acordo com Vytautas Zumas, delegado da Polícia Civil de Goiás – que irá ministrar cursos em unidades da Polícia pelo país. (Livecoins)
Pablo Henrique Borges, um operador de criptomoedas de 28 anos e suspeito no caso do assassinato de Anselmo Becheli Fausta – o "Magrelo”, foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em uma mansão em Angra dos Reis. Magrelo era um traficante de alto escalão no PCC – a maior organização criminosa do Brasil –, que procurou Borges e seu sócio para lavagem de US$ 100 milhões por meio de criptomoedas. Após uma disputa a respeito da devolução do dinheiro, Magrelo foi assassinado a tiros em São Paulo, no dia 27 de dezembro, dentro de seu carro. (Portal do Bitcoin) (CoinTelegraph Brasil)
A Polícia Civil abriu investigação de estelionato no caso da MSK Invest, uma empresa que prometia rendimentos fixos, mas parou de pagar seus clientes em dezembro do ano passado. O pedido foi realizado pelo advogado que representa uma vítima, que aplicou R$ 100 mil (US$ 20 mil) e não recebeu retorno. (Portal do Bitcoin) (Valor Investe)
Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins” estaria considerando carreira política na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro antes de ser preso em agosto. (CoinTelegraph Brasil)